Confesso que, há alguns anos, possuía pensamentos radicais quanto ao futuro sócio-econômico do Brasil. De fato, tendo conhecimento apenas do lado corrupto brasileiro, isso era facilmente consolidado em minha cabeça. Entretanto, creio que faltava-me mais conhecimento sobre a política brasileira e seus parâmetros sociais, pois, ao conferir alguns dados, é inevitável que se formule uma "gotinha" de esperança em nossas mentes. Sem dúvidas, o Brasil pode ser visto como o país do futuro, o país da esperança. Contudo, o desenvolvimento está nas mãos dos homens públicos e, antes disso, está nas mãos do povo.
Apesar de termos concentradas 75% de nossas riquezas nacionais nas mãos de menos de 10% da população - segundo o Atlas de exclusão social - a desigualdade social teve queda (após o aumento do salário mínimo), a porcentagem de miseráveis da nação caiu de 28 para 19% e nosso IDH ficou mais valorizado.
Mesmo com essas pequenas mudanças, ainda falta muito, mas muito mesmo para vermos implantada, no Brasil, uma forma de governar séria e que acabe com nossos problemas sociais. A começar pela corrupção, que, para mim, é o maior câncer da política brasileira. Na certa, se todo o dinheiro desviado pelos homens "empalitozados" fosse revertido para programas de inclusão social, melhoramento das escolas, preparação de profissionais etc., o Brasil seria outro. Para que isso torne-se realidade - e não um sonho distante - precisamos nada mais que da força do povo, imposta nas urnas eletrônicas de votação. Quantos Collor's serão eleitos por esta sociedade que, ainda hoje, mostra-se ignorante e negligente quanto aos seus próprios interesses sociais?
Alguns nascem esperançosos da mudança, mas nada fazem para efetivá-la. Talvez pela falta de conhecimento, muitos brasileiros têm depositado esperança nos gestores que passam pelo poder do Estado. O velho populismo traz, ao eleitor, uma figura benigna de um candidato, quando esta pode ser das mais maléficas. Deposita-se confiança até mesmo em um comprador de votos. Cego quanto aos conceitos éticos, o vendedor de votos sente-se beneficiado com a negociação e, o que é pior, crê que aquele estadista o fez um favor. Este tipo de cidadão não imagina o quanto contribuiu para a consolidação do corrompimento político. Não imagina o quanto contribuiu para alimentar a maldita mentalidade daquela senhoria de terno e gravata. Assim não dá para progredirmos!
Ainda assim, tenho uma pequena esperança. É como uma luz no fim do túnel. Talvez seja a luz que todos esperam: ascensão social para as camadas mais pobres, melhor distribuição de renda, abolição do corrompimento político e direitos concedidos com igualdade a todos. Não obstante, pode ser a luz de uma enorme locomotiva, carregada de corruptos, vindo de encontro à sociedade brasileira, prestes a nos atropelar de vez.