segunda-feira, 24 de novembro de 2008

A luz do fim do túnel é verde... (e amarela)

Confesso que, há alguns anos, possuía pensamentos radicais quanto ao futuro sócio-econômico do Brasil. De fato, tendo conhecimento apenas do lado corrupto brasileiro, isso era facilmente consolidado em minha cabeça. Entretanto, creio que faltava-me mais conhecimento sobre a política brasileira e seus parâmetros sociais, pois, ao conferir alguns dados, é inevitável que se formule uma "gotinha" de esperança em nossas mentes. Sem dúvidas, o Brasil pode ser visto como o país do futuro, o país da esperança. Contudo, o desenvolvimento está nas mãos dos homens públicos e, antes disso, está nas mãos do povo.

Apesar de termos concentradas 75% de nossas riquezas nacionais nas mãos de menos de 10% da população - segundo o Atlas de exclusão social - a desigualdade social teve queda (após o aumento do salário mínimo), a porcentagem de miseráveis da nação caiu de 28 para 19% e nosso IDH ficou mais valorizado.

Mesmo com essas pequenas mudanças, ainda falta muito, mas muito mesmo para vermos implantada, no Brasil, uma forma de governar séria e que acabe com nossos problemas sociais. A começar pela corrupção, que, para mim, é o maior câncer da política brasileira. Na certa, se todo o dinheiro desviado pelos homens "empalitozados" fosse revertido para programas de inclusão social, melhoramento das escolas, preparação de profissionais etc., o Brasil seria outro. Para que isso torne-se realidade - e não um sonho distante - precisamos nada mais que da força do povo, imposta nas urnas eletrônicas de votação. Quantos Collor's serão eleitos por esta sociedade que, ainda hoje, mostra-se ignorante e negligente quanto aos seus próprios interesses sociais?

Alguns nascem esperançosos da mudança, mas nada fazem para efetivá-la. Talvez pela falta de conhecimento, muitos brasileiros têm depositado esperança nos gestores que passam pelo poder do Estado. O velho populismo traz, ao eleitor, uma figura benigna de um candidato, quando esta pode ser das mais maléficas. Deposita-se confiança até mesmo em um comprador de votos. Cego quanto aos conceitos éticos, o vendedor de votos sente-se beneficiado com a negociação e, o que é pior, crê que aquele estadista o fez um favor. Este tipo de cidadão não imagina o quanto contribuiu para a consolidação do corrompimento político. Não imagina o quanto contribuiu para alimentar a maldita mentalidade daquela senhoria de terno e gravata. Assim não dá para progredirmos!

Ainda assim, tenho uma pequena esperança. É como uma luz no fim do túnel. Talvez seja a luz que todos esperam: ascensão social para as camadas mais pobres, melhor distribuição de renda, abolição do corrompimento político e direitos concedidos com igualdade a todos. Não obstante, pode ser a luz de uma enorme locomotiva, carregada de corruptos, vindo de encontro à sociedade brasileira, prestes a nos atropelar de vez.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Pequeno príncipe

Apesar do título machista, o texto aborda os modos de viver de meninos e meninas caçulas. Atente para os modos nos quais estas crianças são tratadas pelos pais. Será que isso é uma ação acertada? E o erro de seu irmão, tem realmente o ensinado?

Na antigüidade, o primogênito era tido como o principal filho de um homem. Nascido antes dos demais, era o único herdeiro dos bens materiais da família, e visto como sucessor da honradez paterna.

Entretanto, esse quadro tem mudado. Hoje, todos os filhos repartem, com igualdade, a herança que lhe é de direito. Os sentimentos, omitidos no mundo antigo - pais não demonstravam amor aos seus filhos, por ser o amor um sinal de fraqueza emocional - estão sendo destinados, em maior proporção, aos filhos mais novos. Quiçá porque, depois de tanto "errar" na criação dos primogênitos, após tantas negações aos seus pedidos, os pais vêem a última chance de corrigir esse "equívoco": o caçula. Será a ele que o pai concederá o direito de, às vezes(ou muitas vezes), tomar sorvete ao invés de almoçar; é ele quem irá mais vezes ao parque de diversões, terá o brinquedo do ano e poderá ir à Disney aos 15. Papai Noel?  Esse sempre tem os melhores presentes do saco para os mais novos.

O que é mais legal(apesar do meu machismo no título e nos parágrafos anteriores) é que o título de caçula, ao contrário da primogenitude, pode ser concedido às moças. E, não supreendentemente, elas são as maiores detentoras dos luxos "caçulistas".

Além dos incontestáveis benefícios quanto aos tratamentos domiciliares - o que, para mim, não são tão relevantes, o caçula é detentor de uma vantagem ainda mais importante: pode aprender com o erro dos irmãos. 

Quando criança, caso sejas o mais novo, seu membro de confraria dá aquela furadinha no bolo de aniversário da sua mãe, apanha, você vê tudo e, conseqüentemente, saberá: furar o bolo da mamãe é proibido. Na adolescência, seu irmão estuda apenas em véspera de avaliações e é reprovado: lá está você para aprender que deve-se estudar com maior freqüência. Na fase adulta, aprenderás tudo o que é relacionado à vida nova: casamento, imóveis, carro... O automóvel que ele comprou e se arrependeu por causa do preço fará você procurar um semelhante, mas com um custo mais acessível. O tipo de parceiro que se casou com ele(a), mas depois não deu certo, não irá te enganar.

Contudo, nem tudo são flores: o caçula não terá o direito de estar sempre ao lado do irmão; ou seja, terá o desgosto de vê-lo morrer - caso a natureza aja de forma previsível, é claro...

Credo! Ainda não desfrutei(sim, eu sou caçula!) de 1/4 do meu "poder" de filho mais novo e já estou a falar em óbito! Vamos deixar isso nas mãos de Deus... 

Importante mesmo é saber que, no reino  familiar, os caçulas são os mais nobres príncipes(ou princesas) diante dos pais. Mas sem exagero...

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Eleitores piolhos

Andei observando alguns "eleitores", nesta eleição. São crianças, de seus 13 anos de idade para baixo. Creio que seja difícil, talvez quase impossível, um pré-adolescente entender sobre política. Apesar de conviver com ela todos os dias, assuntos provenientes da política, como saúde, educação, economia e corrupção são bastante complexos para um aluno do ensino fundamental. Imagine para uma criança!

E olhe que não são apenas estes os eleitores piolhos(aqueles que andam pelas cabeças dos outros - em seus casos particulares, os pais são os maiores influenciadores). Tem muito cidadão por aí, de classe média, bom nível de escolaridade, mas com pensamentos totalmente equivocados diante da ética e moral administrativa.

Hoje, vi um garoto, aguardando o pai em um certo local, com uma bandeira de um candidato à prefeitura de minha cidade. Ele balançava-a, como se torcesse pelo gestor público. Perguntei:
- Tu "vota" nele, é?
- Uhum. - respondeu.
- Por quê? - retruquei.
- Porque "amo ele" - respondeu, retomando o ato de balançar a bandeira, ovacionando o político.

Era o símbolo do "piolhismo" no cenário político brasileiro. A prova concreta de que isto é fato consumado, e não uma invenção de um escritor qualquer(no caso, eu).

O pior mesmo é que, no Brasil, já erra-se em ter esta cultura de enaltecer os políticos. Por mais que nos pisem, terão sempre o nosso apoio; terão sempre alguém para brigar por eles. É imbelicidade(desculpe o termo) pura. Entretanto, o cúmulo desta imbecilidade encontra-se em uma nova cultura: a de passar toda esta balela para os filhos. Coitadinhos, inocentes, não sabem o que fazem. Mas, um dia, elas crescem, alimentam-se demasiadamente de asneira - quando o assunto é política, e passam o mesmo para os seus procedentes.

E assim a cultura mais medíocre que se vê no Brasil vai sendo passada de geração a geração. Enquanto isso, nas prefeituras, gargalhadas e mais gargalhadas.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Era uma vez a incompetência policial

Um vilão mau caráter, uma donzela indefesa e sua fiel e corajosa escudeira; juntos, num prédio com aparência que inspirava a tensão que vinha do cativeiro das vítimas e, mesmo com a "proteção" da polícia, proporcionava-se clímax a todos os telespectadores. Estava formada a nova novela da vida real do Brasil, incentivada pela imprensa para desviar as atenções de um público onde os interesses por cenas de novela são mais importantes que as situações sócio-econômicas do país. Esta tese é confirmada a partir da negligência de algumas "omissoras" de TV, quanto ao caso da briga das polícias, em São Paulo. 

O motivo da briga foi uma passeata conduzida pelos policiais civis até o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo, para reivindicarem aumento salarial. O governador José Serra, do PSDB, ordenou que a polícia militar oprimisse os manifestantes.

Estamos acostumados a ver, nos meios de comunicação, conflitos entre policiais e bandidos. Mas, policial lutar entre si, é totalmente ilógico e irracional. Instituições que deveriam estar zelando pela segurança da população, submetem-se agora a este verdadeiro papelão, transparecendo uma face bastante negativa para elas.

Todos têm o direito de reaver melhores condições de vida. Mas o modo de como reivindicá-las deve respeitar o estado e, principalmente, o cidadão de bem, que paga impostos para sustentar instituições como a polícia. 

O que falta é amor à pátria e ao ser humano. Neste combate, quem perde não é o governador de São Paulo, mas a população; quem ganha não é a polícia, e sim a violência. 

E esse é o nosso país: cada vez mais decadente, sem respeito, sem ética e sem bom senso. 

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Eles passarão, a seleção... Canarinho

Entrava em campo a seleção
Noite de terça-feira agitada
Jogo entre Brasil e Colômbia
Somente a vitória interessava
Zero a zero foi o placar
E a torcida saiu decepcionada

Mesmo com a ridícula atuação
Permanecemos em segundo lugar
Apesar do baixo nível
Nós podemos conquistar
Uma vaga para a Copa
Que a África vai sediar

O ponto forte é a zaga
Os laterais não sabem cruzar
O meio de campo não produz
Kaká parece doente estar
O ataque não faz gol
Robinho só sabe ciscar

E Dunga é a maior vergonha!
Digo isso de hora em hora
Como um cara nunca foi técnico
E treina a seleção, agora?
Mas, enfim, chegou o momento
De colocá-lo para fora

Estamos perdendo a paciência
Com esse time mal treinado
Não sabe nem furar retranca
Sinal de que tá tudo errado
E pra mudar alguma coisa
Só com ajuda lá do alto

terça-feira, 14 de outubro de 2008

A vontade do povo

Tenho observado o eleitorado durante as campanhas rumo às prefeituras. Não sou contra aqueles que tomam partido por tal coligação, muito menos se estes possuem argumentos concretos para mostrar-me que tal candidato trabalha mais; mas o que me chamou bastante atenção foi o fato daqueles políticos mexerem tanto com o psicológico do povo. Durante os comícios, além de serem acompanhados pelos famosos "babões", os candidatos são ovacionados e exaltados pelos civis que ali se apresentam. 

Engraçado, num país que sempre viveu na lama, até hoje os políticos são vistos como verdadeiros ídolos do povo. E ai de quem for falar mal do "candidato do coração" de algum eleitor alienado! Infelizmente, esta é uma cultura criada desde o tempo da República Velha, onde ali o povo ainda tinha esperanças sobre o futuro do Brasil e, assim, movimentava-se a favor de um candidato. Depois, este sentimento de amor à política cresceu ainda mais com a implantação do paternalismo de Getúlio Vargas, na década de 30. Era a "troca de favores" entre político e povo.

Hoje, em nosso país, revivemos a antiga política do Pão e Circo, onde o imperador romano Otávio Augusto distribuia alimentos e diversão, nos coliseus. Aqui não há coliseu, mas há obras faraônicas que proporcionam a diversão do povo: estádios, casa de espetáculos, etc. A única diferença é visível: em Roma, distribuía-se pão; no Brasil, hoje, morre-se de fome. Esta política ganha votos de uma população totalmente cega, que vê os políticos como verdadeiros heróis de sua vida. Parece até que o alto salário que um político ganha não deveria obrigá-lo a fazer muito mais pelo povo! 

Eles se aproveitam da memória curta que tem o brasileiro, e prometem, prometem, prometem... Até que chega um dia que decidem ganhar um dinheirinho extra, e fazem uma obra para ser super-faturada e, assim, encher os bolsos com os cofres públicos. Meu pai sempre diz: "Só temos a certeza de que um político está falando a verdade quando está falando mal do outro". É o mais certo que pode-se dizer, no cenário político.

Vejo esta idolatria do povo para com os políticos como um grande agradecimento pela falta de hospitais, pelos buracos na rua, pela falta de saneamento básico, pelo descaso nos transportes e, principalmente, pela corrupção. O político faz tudo o que há de ruim, mas na época de campanha é extremamente agradecido. É a vontade do povo! Por que um político mudaria sua fisolofia de trabalho, se tem total apoio da população para isso?

E depois, o povo reclama do descaso que ele mesmo aprovou. 

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Qual é a definição do Amor?

No dicionário, encontram-se inúmeras definições para esta palavra, chamada amor. Contudo, definir o sentimento amor é bem mais complicado. Leia o texto a seguir, e fique com mais dúvidas ainda sobre o assunto.

"O amor é paciente, é benigno, o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz incovenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal, não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade, tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba."

Este texto foi retirado da Bíblia, em I Coríntios, capítulo 13. Aí está a mais bela e clara definição do Amor, superando qualquer outro texto dos melhores poetas dos quais o mundo já teve. Entretanto, o amor é uma palavra e um sentimento flexível, podendo ter vários significados. Depende do ponto de vista de quem o observa.

Em meio aos seus vários significados, o amor nos dar a oportunidade de provarmos que, de fato, amamos. Padre Fábio de Melo dizia que uma boa maneira de saber se amamos realmente uma pessoa, é quando continuamos a doar-nos a ela, mesmo quando esta não tem serventia para nós; como, por exemplo, um parente, que fica tetraplégico, mas que mesmo assim recebe o nosso carinho.

O maior equívoco do homem é confundir o amor com a paixão. A paixão é algo passageiro. Mesmo que sintamos aquele arrepio quando vemos aquela pessoa, mesmo que nos encantemos com sua personalidade e carreira, isto, provavelmente, é apenas paixão. O amor, como descreve a Bíblia, jamais acaba. Deste trecho, podemos partir para outra discussão: o amor é mesmo infinito? E nos casamentos que foram desfeitos, nunca houve amor? Podemos dizer: "a bíblia está certa, mas nem de amor sobrevive um casamento". Então, estaríamos contrariando as escrituras sagradas, pois nela afirma-se que "o amor tudo suporta"; portanto, o que mais, além deste sentimento, poderia derrubar uma relação?

Para alguns, o amor de fato jamais acabará; para outros, ele é finito; para mais outros, ele sequer existe. Creio eu que, em meio a esta discussão, podemos sim, ter uma certeza: a do amor de Deus, pois este sim jamais perecerá em nossos espíritos. Apenas o amor Dele é infinito e perfeito. Quanto a nós, seres falíveis, apenas imitamos o sentimento mais nobre que o criador nos deixou.

E você, já encontrou o seu amor?

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Pontos de equilíbrio

Aprendemos desde criança que não devemos mentir. Em casa, na escola, na igreja; a lição é sempre a mesma: não mentir. Nos Dez Mandamentos, da Bíblia, a mentira é falso testemunho. "Não levantarás falso testemunho contra teu próximo". Entretando, atire a primeira pedra quem nunca mentiu; ou melhor: atire a primeira pedra aquele que não diz sempre uma "mentirinha".

Não faço apologia à mentira, tampouco defendo a tese de que elas melhoram o mundo. Não refiro-me àquelas mentiras que prejudicam os outros, mas sim às pequenas mentiras. Elas são o ponto de equilíbrio do mundo. Não dá pra ser super-sincero e dizer sempre a verdade, afinal, certas verdades parecem grosseiras, e podem causar desordem ou brigas. Já imaginou uma mulher dizer: - "Estou muito gorda, né?" Dificilmente alguém responderá na bucha que tá: "- Que naaaaaada! É impressão".

É uma mentira. Mas uma mentirinha necessária. Se falar a verdade pode rolar discussão, causando um desequilíbrio.

- Você está demorando a comer. A comida está muito ruim, não é?
O pior é que tá ruim mesmo. Mas não dá pra falar a verdade quando se é convidado para almoçar na casa de alguém. A solução é mentir.
- Nããããããooo. Está uma delícia. É que ultimamente estou sem apetite pra tudo. Até tomando remédio, uma vitamina, eu estou.

O problema da mentira é que quando se conta uma é preciso dizer outras para justificar a primeira. A gordinha sempre vai te procurar para saber se continua gordinha. E será preciso mentir de novo. Pior é a comida: a pessoa que te convidou vai preparar o mesmo prato para o próximo almoço.

Este é o preço que pagamos pelo equilíbrio que a mentirinha proporciona.

sábado, 13 de setembro de 2008

Leia se quiser

Se não quiser, apóio a decisão.

Passei algum tempo escolhendo o nome deste Blog. Todas as vezes que digitava algum endereço aparecia em letras vermelhas (em um daqueles passos de criação do blog) “esse endereço de blog não está disponível”. Entretanto, até me arrependeria se outro tivesse dado certo, e só depois a idéia do leia-se-quiser viesse à minha mente.

Este será um blog com inspirações no parnasianismo (que pretensão a minha), que pregava a “arte pela arte”. Como o blog está longe (e muito longe) de ser uma obra de arte aqui será a “escrita pela escrita”.

Pensei em nomes que fossem relacionados ao que estará em pauta nos posts. Contudo, é impossível escolher apenas um nome para os inúmeros assuntos que vou me meter a opinar. E, como sei que não sou nenhum bom escritor, entenderei se não estiver afim de ler. Portanto, leia se quiser.