segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Eleitores piolhos

Andei observando alguns "eleitores", nesta eleição. São crianças, de seus 13 anos de idade para baixo. Creio que seja difícil, talvez quase impossível, um pré-adolescente entender sobre política. Apesar de conviver com ela todos os dias, assuntos provenientes da política, como saúde, educação, economia e corrupção são bastante complexos para um aluno do ensino fundamental. Imagine para uma criança!

E olhe que não são apenas estes os eleitores piolhos(aqueles que andam pelas cabeças dos outros - em seus casos particulares, os pais são os maiores influenciadores). Tem muito cidadão por aí, de classe média, bom nível de escolaridade, mas com pensamentos totalmente equivocados diante da ética e moral administrativa.

Hoje, vi um garoto, aguardando o pai em um certo local, com uma bandeira de um candidato à prefeitura de minha cidade. Ele balançava-a, como se torcesse pelo gestor público. Perguntei:
- Tu "vota" nele, é?
- Uhum. - respondeu.
- Por quê? - retruquei.
- Porque "amo ele" - respondeu, retomando o ato de balançar a bandeira, ovacionando o político.

Era o símbolo do "piolhismo" no cenário político brasileiro. A prova concreta de que isto é fato consumado, e não uma invenção de um escritor qualquer(no caso, eu).

O pior mesmo é que, no Brasil, já erra-se em ter esta cultura de enaltecer os políticos. Por mais que nos pisem, terão sempre o nosso apoio; terão sempre alguém para brigar por eles. É imbelicidade(desculpe o termo) pura. Entretanto, o cúmulo desta imbecilidade encontra-se em uma nova cultura: a de passar toda esta balela para os filhos. Coitadinhos, inocentes, não sabem o que fazem. Mas, um dia, elas crescem, alimentam-se demasiadamente de asneira - quando o assunto é política, e passam o mesmo para os seus procedentes.

E assim a cultura mais medíocre que se vê no Brasil vai sendo passada de geração a geração. Enquanto isso, nas prefeituras, gargalhadas e mais gargalhadas.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Era uma vez a incompetência policial

Um vilão mau caráter, uma donzela indefesa e sua fiel e corajosa escudeira; juntos, num prédio com aparência que inspirava a tensão que vinha do cativeiro das vítimas e, mesmo com a "proteção" da polícia, proporcionava-se clímax a todos os telespectadores. Estava formada a nova novela da vida real do Brasil, incentivada pela imprensa para desviar as atenções de um público onde os interesses por cenas de novela são mais importantes que as situações sócio-econômicas do país. Esta tese é confirmada a partir da negligência de algumas "omissoras" de TV, quanto ao caso da briga das polícias, em São Paulo. 

O motivo da briga foi uma passeata conduzida pelos policiais civis até o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo, para reivindicarem aumento salarial. O governador José Serra, do PSDB, ordenou que a polícia militar oprimisse os manifestantes.

Estamos acostumados a ver, nos meios de comunicação, conflitos entre policiais e bandidos. Mas, policial lutar entre si, é totalmente ilógico e irracional. Instituições que deveriam estar zelando pela segurança da população, submetem-se agora a este verdadeiro papelão, transparecendo uma face bastante negativa para elas.

Todos têm o direito de reaver melhores condições de vida. Mas o modo de como reivindicá-las deve respeitar o estado e, principalmente, o cidadão de bem, que paga impostos para sustentar instituições como a polícia. 

O que falta é amor à pátria e ao ser humano. Neste combate, quem perde não é o governador de São Paulo, mas a população; quem ganha não é a polícia, e sim a violência. 

E esse é o nosso país: cada vez mais decadente, sem respeito, sem ética e sem bom senso. 

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Eles passarão, a seleção... Canarinho

Entrava em campo a seleção
Noite de terça-feira agitada
Jogo entre Brasil e Colômbia
Somente a vitória interessava
Zero a zero foi o placar
E a torcida saiu decepcionada

Mesmo com a ridícula atuação
Permanecemos em segundo lugar
Apesar do baixo nível
Nós podemos conquistar
Uma vaga para a Copa
Que a África vai sediar

O ponto forte é a zaga
Os laterais não sabem cruzar
O meio de campo não produz
Kaká parece doente estar
O ataque não faz gol
Robinho só sabe ciscar

E Dunga é a maior vergonha!
Digo isso de hora em hora
Como um cara nunca foi técnico
E treina a seleção, agora?
Mas, enfim, chegou o momento
De colocá-lo para fora

Estamos perdendo a paciência
Com esse time mal treinado
Não sabe nem furar retranca
Sinal de que tá tudo errado
E pra mudar alguma coisa
Só com ajuda lá do alto

terça-feira, 14 de outubro de 2008

A vontade do povo

Tenho observado o eleitorado durante as campanhas rumo às prefeituras. Não sou contra aqueles que tomam partido por tal coligação, muito menos se estes possuem argumentos concretos para mostrar-me que tal candidato trabalha mais; mas o que me chamou bastante atenção foi o fato daqueles políticos mexerem tanto com o psicológico do povo. Durante os comícios, além de serem acompanhados pelos famosos "babões", os candidatos são ovacionados e exaltados pelos civis que ali se apresentam. 

Engraçado, num país que sempre viveu na lama, até hoje os políticos são vistos como verdadeiros ídolos do povo. E ai de quem for falar mal do "candidato do coração" de algum eleitor alienado! Infelizmente, esta é uma cultura criada desde o tempo da República Velha, onde ali o povo ainda tinha esperanças sobre o futuro do Brasil e, assim, movimentava-se a favor de um candidato. Depois, este sentimento de amor à política cresceu ainda mais com a implantação do paternalismo de Getúlio Vargas, na década de 30. Era a "troca de favores" entre político e povo.

Hoje, em nosso país, revivemos a antiga política do Pão e Circo, onde o imperador romano Otávio Augusto distribuia alimentos e diversão, nos coliseus. Aqui não há coliseu, mas há obras faraônicas que proporcionam a diversão do povo: estádios, casa de espetáculos, etc. A única diferença é visível: em Roma, distribuía-se pão; no Brasil, hoje, morre-se de fome. Esta política ganha votos de uma população totalmente cega, que vê os políticos como verdadeiros heróis de sua vida. Parece até que o alto salário que um político ganha não deveria obrigá-lo a fazer muito mais pelo povo! 

Eles se aproveitam da memória curta que tem o brasileiro, e prometem, prometem, prometem... Até que chega um dia que decidem ganhar um dinheirinho extra, e fazem uma obra para ser super-faturada e, assim, encher os bolsos com os cofres públicos. Meu pai sempre diz: "Só temos a certeza de que um político está falando a verdade quando está falando mal do outro". É o mais certo que pode-se dizer, no cenário político.

Vejo esta idolatria do povo para com os políticos como um grande agradecimento pela falta de hospitais, pelos buracos na rua, pela falta de saneamento básico, pelo descaso nos transportes e, principalmente, pela corrupção. O político faz tudo o que há de ruim, mas na época de campanha é extremamente agradecido. É a vontade do povo! Por que um político mudaria sua fisolofia de trabalho, se tem total apoio da população para isso?

E depois, o povo reclama do descaso que ele mesmo aprovou.