quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Saindo da senzala para morar na favela

Felizmente, poucas vezes fui assaltado. Nas vezes em que isso aconteceu, o assaltante era negro. Coincidência ou marcas do destino de uma raça marginalizada e discriminada pelo restante da sociedade?

Quando um rapaz "queimadinho" rouba, os racistas logo atribuem isso à sua personalidade. No entanto, o problema é mesmo social. O negro assalta porque possui menores índices de empregabilidade, menor média de renda e, vivendo em situações, muitas vezes, precárias, o estudo de qualidade é inalcançável. Soma-se a isso um grande grau de preconceito recebido pelos afro-descendentes. Mas, afinal, o negro é discriminado porque é pobre ou é pobre porque é discriminado?

O preconceito em nosso país não é nada atual e pode ser mais antigo do que você imagina. Ocorre desde a época do Brasil colônia, quando africanos chegavam em navios negreiros, trazidos pelos proprietários de terra, para serem escravizados. Foi a partir daí que, no Brasil, o negro passou a ser visto como um objeto ou, na melhor das hipóteses, como um ser inferior. Trabalhando-se dia e noite acorrentados, é evidente que, aos negros, era inviável o acesso à educação, à política e a melhores condições de se obter renda. Desta forma, consolidava-se, naquela época, a figura de um povo pobre e, ao mesmo tempo, vítima de preconceitos.

O tempo foi passando e ficou fácil perceber que o mulato carrega suas raízes sociais desde o século XVI. Nasce pobre, por isso é discriminado; por causa da discriminação contínua, jamais consegue prosperar financeiramente.

Mesmo diante disso, em pleno século XXI, quase nada mudou. A Lei Áurea foi um importante passo para a consolidação de uma nação homogênea e livre de preconceitos. Mais recentemente, ficou acertado que racismo era crime e, além disso, o negro teve direito a cotas de ingresso a universidades. Não obstante, as leis em proteção dos afro-descendentes continuam ajudando estes povos, mas estão longe de concretizar a igualdade que merecem.

O que mudou mesmo foi o habitat do negro: nos tempos de escravatura, ele vivia na senzala; atualmente, vive na favela. É lamentável.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Prognóstico do futebol

Depois de alguns dias de férias, muitas saudades do blog e de meus leitores, retorno em 2009 bastante empolgado em poder apresentar minhas escrituras. E, neste ano novo, nada melhor que falar sobre algo novo: Campeonato Paraibano de futebol 2009.

Neste ano - pra quem não sabe - o regulamento mudou. Apesar da fórmula de disputa continuar a mesma, o número de participantes foi subtraído de dez para oito clubes; o que, na minha opinião, elevará o nível técnico da competição e, consequentemente, livrar-nos-á de assistir verdadeiras peladas, diante de Perilimas da vida.

Começando pela briga contra o rebaixamento, vejo Queimadense, Esporte de Patos e Internacional como favoritos. A força que o Carcará da Serra possuía até ano passado já não existe; o treinador-dirigente, Quintino Barbosa, assumiu o Treze e, assim, complicou a vida do time de Queimadas. Por ser novato na competição, o Inter - que foi campeão da segundona 2008 - é o mais indicado ao descenço. O Esporte também está com a corda no pescoço, principalmente em virtude da falta de patrocinadores.

Sousa, Botafogo e Treze correm por fora na briga pelo título. Os três têm técnicos rodados no futebol do nosso estado e formaram elencos do mesmo nível. O Sousa aposta na força do Marizão, palco de suas apresentações; e que lhe rendeu quase duas temporadas de invencibilidade. O Botafogo formou um bom elenco, inclusive contratando atletas como Adelmo e Fredson - artilheiro da competição passada; entretanto, sem dinheiro e com dirigentes irresponsáveis, o clube parece ser mais um grande candidato a deficitário que um favorito ao título. O Galo alvinegro possui tradição, torcida e, a qualquer momento, pode buscar reforços que resolvam as carências do plantel. Entretanto, após dois anos de decepção no Campeonato Paraibano, o clima não está nada bem no São José. Inclusive, a atual diretoria bateu o pé e definiu que a folha salarial do clube não passará dos 110 mil.

O atual campeão, Campinense, é, sem dúvida, o favoritíssimo ao título. Manteve a base do elenco que ascendeu à Série B - inclusive o exímio treinador Freitas Nascimento, destaque da equipe - e vem embalado pelos sucessos de outrora.

No entanto, o Nacional de Patos também entra na disputa para ser campeão. O presidente, José Iván, já provou que, na Paraíba, sabe contratar como ninguém. Desde 2005, o Naça vem fazendo boas campanhas - inclusive com um título em 2007. Em 2008, foi mal, mas por questões financeiras. Ajustados os cofres do Canário do Sertão, o time investiu pesado na formação do plantel para esta temporada e promete fazer bonito no paraibano versão 2009. Portanto, não se assustem caso o Nacional de Patos venha a alcançar seu segundo título estadual da história, em 2009. Te cuida, Raposa!