Felizmente, poucas vezes fui assaltado. Nas vezes em que isso aconteceu, o assaltante era negro. Coincidência ou marcas do destino de uma raça marginalizada e discriminada pelo restante da sociedade?
Quando um rapaz "queimadinho" rouba, os racistas logo atribuem isso à sua personalidade. No entanto, o problema é mesmo social. O negro assalta porque possui menores índices de empregabilidade, menor média de renda e, vivendo em situações, muitas vezes, precárias, o estudo de qualidade é inalcançável. Soma-se a isso um grande grau de preconceito recebido pelos afro-descendentes. Mas, afinal, o negro é discriminado porque é pobre ou é pobre porque é discriminado?
O preconceito em nosso país não é nada atual e pode ser mais antigo do que você imagina. Ocorre desde a época do Brasil colônia, quando africanos chegavam em navios negreiros, trazidos pelos proprietários de terra, para serem escravizados. Foi a partir daí que, no Brasil, o negro passou a ser visto como um objeto ou, na melhor das hipóteses, como um ser inferior. Trabalhando-se dia e noite acorrentados, é evidente que, aos negros, era inviável o acesso à educação, à política e a melhores condições de se obter renda. Desta forma, consolidava-se, naquela época, a figura de um povo pobre e, ao mesmo tempo, vítima de preconceitos.
O tempo foi passando e ficou fácil perceber que o mulato carrega suas raízes sociais desde o século XVI. Nasce pobre, por isso é discriminado; por causa da discriminação contínua, jamais consegue prosperar financeiramente.
Mesmo diante disso, em pleno século XXI, quase nada mudou. A Lei Áurea foi um importante passo para a consolidação de uma nação homogênea e livre de preconceitos. Mais recentemente, ficou acertado que racismo era crime e, além disso, o negro teve direito a cotas de ingresso a universidades. Não obstante, as leis em proteção dos afro-descendentes continuam ajudando estes povos, mas estão longe de concretizar a igualdade que merecem.
O que mudou mesmo foi o habitat do negro: nos tempos de escravatura, ele vivia na senzala; atualmente, vive na favela. É lamentável.
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
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4 comentários:
precisa nem dizer que eu adorei nee?
fã de teus textos, sempre
te adoro nêgo rêi.
meu colunista preferido... =D
Infelizmente,essa é a dura realidade dos negros.
ótimo, boa reflexão!!!!
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